Conversa, golos e pouca comida.
Disclaimer inicial: neste post vou fazer várias referências a futebol e a alguns clubes. Por isso, se não é a vossa praia… podem passar ao post seguinte. 😉
Sou um dos poucos sportinguistas do meu grupo de amigos. E isso quer dizer que as conversas são muito mais viradas para o Benfica (quando as coisas correm bem, claro) e nunca estamos em pé de igualdade na discussão. É algo a que já estou habituado. E, por isso mesmo, nos “jantares de gajos” que fazemos regularmente, e onde é inevitável falar sobre futebol, há sempre mais gente a puxar para o lado do Benfica do que para o lado do Sporting.
Ora, foi com surpresa que um amigo benfiquista marcou um destes jantares n’A Tasquinha do Lagarto, um dos “antros” sportinguistas de Lisboa! Por mim tudo bem, não só por questões clubísticas mas principalmente porque adoro um bom restaurante tradicional, com comida portuguesa e ambiente daqueles que todos gostamos!
Aliás, mesmo que o nome não deixe a entender que se trata de um restaurante afecto ao Sporting, basta entrar pela porta a dentro para perceber logo onde estamos. Estamos no registo de um restaurante tradicional, mas onde todas as paredes estão cheias de quadros com camisolas de todo o tipo de jogadores de futebol… maioritariamente do Sporting.
As duas salas estão completamente cheias, e durante o nosso jantar, mais gente vai chegando e as mesas vão rodando com alguma rapidez. Há muito barulho e confusão, mas é aquele barulho e confusão que se espera neste tipo de restaurantes. Nós somos um grupo e contribuímos para isso mesmo, no meio de conversas animadas sobre quem vai ganhar o campeonato.
A mesa já está cheia de pequenas entradinhas quando nos sentamos, daquelas coisas que inevitavelmente vamos “picando” enquanto conversamos. O objectivo é mesmo esse, digo eu! 😉 Entre um queijinho, um chouriço ou uns fritos, vamos acabando com tudo ao mesmo tempo que vemos a bola numa das muitas televisões no restaurante (claro) e esperamos pela comida.
E aquilo que pedimos oscila entre pratos do dia e outros mais habituais na casa. A espera é um bocado longa, e até percebemos que o restaurante está cheio, mas ainda assim é um bocado mais longa do que seria de esperar.
Uma das primeiras coisas que reparamos quando os pratos chegam todos à mesa… é que os acompanhamentos são praticamente todos iguais. O que é uma pena para o bife de atum, que pedia uma batata cozida em vez da batata frita. O bife é bom (e a cebolada também), ainda que a dose seja pequena (assim como o preço, é preciso dizer).
Esta questão da dose ser pequena sente-se também na maminha, que são basicamente 3 pequenas fatias de carne, aqui servidas também com arroz e um bocadinho de couve. A carne é boa, o preço é simpático, mas é para ficar com fome… Mas a conversa está boa, os jogos que passam nas tvs estão a ter muitos golos e o vinho da casa não pára de chegar, por isso deixamos passar o tamanho das doses.
Num registo muito mais positivo, tanto a nível da qualidade da carne como no tamanho da dose, a costeleta de vitela do Gerês, grelhada. Carne tenra e puxada ao alho, servida apenas com batata frita. Muito bom, este prato.
A decepção da noite foi o prato do dia, o pernil no forno. Inovador nos acompanhamentos (batata assada e brócolos) e com um molho da carne bastante saboroso, mas o protagonista – o próprio pernil – estava bastante mau. Muito seco, a carne não se separava facilmente do osso como geralmente acontece com o pernil. Uma desilusão… Não foi sequer uma bola à barra, este pernil foi um pontapé completamente para fora do campo.
Ainda não tínhamos decidido quais as sobremesas que íamos pedir e já o Paulinho – roupeiro e figura clássica do Sporting – se sentou na mesa atrás de nós e está numa divertida conversa com o grupo que já lá estava. No fundo, é como se fizesse parte da casa… e todos aceitam isso bem. Sportinguistas, benfiquistas, todos. 🙂
Mas vamos às sobremesas, em grande parte recomendadas pelo empregado que nos atendeu no momento. Já comemos sericaias muito melhores, principalmente a nível de textura, e o bolo de bolacha (um daqueles meus fetiches…) é bastante artificial, com muita bolacha e quase creme nenhum, e também lhe falta aquele toque a café… Bah.
Curiosamente, a sobremesa mais interessante é mesmo o bolo de bolacha com mousse de chocolate, ou seja, uma mistura das duas. A mousse é boa e o bolo acaba por não ficar tão seco, por isso é uma espécie do melhor de dois mundos!
Os jogos acabaram nas televisões, não chegámos a nenhuma conclusão sobre quem é a melhor equipa do campeonato e o jantar terminou. Nada de especial, digo eu, mas estava com expectativas altas. Porque já tinha ouvido falar muito do restaurante e porque adoro um bom restaurante do género. E nem sequer tem nada a ver com o Sporting, tem mesmo a ver com eu ser um tipo que gosta de tascas e restaurantes tradicionais.
No caso da Tasquinha do Lagarto, esperava mais. Mas no contexto de um jantar de amigos, numa noite de semana, com jogos da Liga dos Campeões a dar na tv, tudo passa, tudo se aceita. E muito porque o ambiente ajuda à festa (clubismos à parte)!
Preço Médio: 14€ pessoa (com vinho da casa)
Informações & Contactos:
Rua de Campolide, 258 | 1070-039 Lisboa | 21 388 3202
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Comentários nada agradáveis.
Estou com vontade de conhecer, mas ao mesmo tempo, estes “avisos” não me agradam.
Tasquinha do Lagarto devia chamar se
Tasquinha do Engodo. Só se fazem reservas para amigos, os outros são aconselhados por quem atende o telefone a chegar antes das 19,30h, com a promessa de existirem ainda 20 lugares, sabendo de antemão que a mesa seria p 7.
Esperou- se meia hora ao sol e às 19,33 fomos acolhidos por pessoa/trolha que nos disse impossível mesa para 7., havia ainda disponibilidade de lugares, mas, mesas pequenas. Ora bem, das duas, uma, ou reservaram entretanto as mesas p 7 que nos tinha sido prometida se esperássemos ao Sol, ou a fama faz com que não haja respeito pelo próximo. Afinal acho que é das 2, duas.