Bô tem mel? Não, mas tem carne!
A piada era previsível e muito fácil, mas esta foi uma das conversas que tivemos durante o jantar. Bô de bovino, uma vez que estamos a falar de um restaurante de carnes? Bô de Brasaria qualquer coisa, uma vez que é a assinatura do espaço? Bô porque os donos são fãs de kizomba? Não, nenhuma delas. Bô vem de uma expressão transmontana de agrado, algo que é muito bom. E isso no Bô 457 faz sentido no que diz respeito à comida. Em relação ao serviço (ou sua rapidez), já não é tanto assim…
Situado numa zona residencial de Matosinhos, o Bô 457 é uma brasaria. Mais uma “ia”, que aqui ilustra o que o restaurante serve: carnes, na brasa. Bifes, cortes mais “nobres”, hambúrgueres, pregos, francesinhas… carne.
É sempre um bom plano, é talvez por isso chegamos ao restaurante às 22h e está praticamente cheio.
O espaço em si é igual a muitos outros do género, com aquele conceito pré-formatado de restaurante a atirar para o trendy, muitas madeiras, cadeiras metálicas super desconfortáveis, candeeiros baixos, etc. Para (não) variar, comida servida em tábuas e acompanhamentos em tachinhos a atirar para o retro. Clichê atrás de clichê.
Ao passar pelas mesas até chegar à nossa, vamos vendo ossos. Nas outras mesas, claro. Ossos grandes, que nos deixam com água na boca. E percebemos o que são quando vemos a ementa, onde temos cortes a oscilar entre as 300gr e o 1,5kg. Sim, isso mesmo.
E depois vem o serviço… simpático, Sim, como aliás nos tem acontecido quase sempre no Porto. Mas lento, muito leeeeeeeeeeeeento… São quase 10mn que esperamos (e esbracejamos) até nos virem trazer as ementas. Muitas desculpas, também é verdade, mas a lentidão é quase gritante. Ainda mais porque as cadeiras são realmente desconfortáveis… e nós estamos com fome! Esperamos uns 25mn pela comida, 15mn para nos trazerem a conta e outros 15mn para nos trazerem o multibanco para pagar. Para a factura foram só 5mn.
Bom, mas voltemos à comida.
Começamos com uns croquetes de alheira, o menos interessante do jantar, mas porque são iguais a todos os outros croquetes de alheira que já comemos. Servem para entreter enquanto esperamos pelo resto.
E o resto é um hambúrguer e um corte de carne mais “a sério”. O Hambúrguer do Bô não surpreende necessariamente pelos ingredientes (queijo de cabra, presunto, cebola roxa caramelizada e agrião), mas sim pela qualidade da carne. Não nos perguntam o ponto mas o hambúrguer chega à mesa ainda suculento, bem temperado, saboroso. Um hambúrguer nem sempre tem de ser criativo, desde que seja bom.
E depois, o t-bone. No ponto certo, muito bem servido, com os dois tipos de carne a cumprirem na perfeição o seu objectivo. A carne vem bem temperada, com muito sal grosso, cortada em fatias grossas, com uns pimentos recheados a completar a tábua. Maravilha, é o que vos digo.
Para acompanhar ambos os pratos, umas chips de batata doce e umas batatas assadas no forno. Tudo simples mas bô… perdão, bom.
Boas também as sobremesas, e aqui um bocadinho mais fora do comum: um cheesecake de Oreo, que funciona mais como mousse por causa da textura; e um pudim de castanha e maça verde em 3 texturas, surpreendente e divertido de comer, com todas as suas nuances.
Enquanto esperávamos (eternidades) pela conta e pelo pagamento, concordávamos que teria sido tudo muito melhor se o serviço fosse mais rápido, ou se pelo menos não fosse tão demorado. Não há nada a apontar à simpatia, de maneira nenhuma, mas a lentidão acaba por nos deixar desconfortáveis… e é isso que fica no final do jantar.
De resto, esta “brasaria” tem excelentes carnes, sem dúvida. E mesmo seguindo muitos dos clichés de outros restaurantes do tipo, destaca-se pela comida. E isso já é um primeiro passo muito bom.
Preço Médio: 18€ pessoa (com cerveja, mas varia tanto para cima como para baixo consoante o corte de carne)
Informações & Contactos:
Rua Dr. Eduardo Torres, 457 | 4450-113 Matosinhos | 926 004 697 / 229 380 503
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Péssimo
Comida nao é fresca