Esqueçam o Hot Pot e foquem-se nestas Gyozas!!
Sim, é verdade. Fomos ao Chong Qing por causa do Hot Pot, um prato que não é tão habitual de encontrar nos restaurantes chineses por estas paragens (há no The Old House, mas servido de forma completamente diferente), e porque estava a aparecer várias vezes no nosso feed de Instagram, em fotos partilhadas por malta que vai frequentemente a restaurantes. Mas saímos do Chong Qing completamente rendidos… às Gyozas. Já lá vamos, então.
O Hot Pot é uma especialidade chinesas que consiste num grande recipiente tipo tacho, dividido ao meio: de um lado, um caldo de legumes, do outro, um caldo de carne, picante. Depois chegam pratos com vários ingredientes, de todos os tipos, que vamos cozinhando nos tais caldos e comendo como se de uma sopa se tratasse. No fundo, é isso mesmo que é.
O primeiro grande senão tem a ver com a logística da cena, que mais do que criar uma experiência divertida, deixa-nos alguns nervos… Os ingredientes saem das colheres e perdem-se no molho, passando muito dos pontos pretendidos, as colheres caem para dentro dos molhos a ferver, e é impossível fazer uma refeição de Hot Pot sem deixar a mesa num estado lastimável, porque tudo pinga para todo o lado.
Depois – e foi aquilo que nos deixou mais desiludidos – a qualidade dos ingredientes está longe de ser a melhor. Aliás, os próprios caldos são pouco saborosos! O de carne é picante, certo, mas picante sem grande sabor. Depois temos fiambre, cogumelos chineses, dois tipos de tofu, gambas, almôndegas, bolinhos de peixe, fatias de carne de vaca e de porco muito finas… enfim, um sem número de coisas que nos chegam à mesa em pratinhos, para irmos cozinhando nos molhos. Mas a qualidade de tudo isto não parece a melhor, nada fica fantástico depois de cozinhado…
Como se isso não bastasse, o serviço não ajudou nada à experiência. É certo que o restaurante estava praticamente cheio, mas não vimos coerência nenhuma nos ingredientes que chegavam a cada mesa. Com a excepção da mesa de grupo ao nosso lado – claramente clientes habituais – que ia recebendo ingredientes com uma cadência muito acelerada, o resto das mesas foi recebendo as coisas aos poucos, e em todas faltavam ingredientes aleatórios. Incluindo a nossa, onde não chegaram legumes nenhuns e os noodles só apareceram mais no final da refeição…
Ou seja, aquilo que para nós ia ser uma experiência nova e para a qual estávamos muito entusiasmados, transformou-se num jantar meio atabalhoado, com demasiadas falhas, onde usufruímos pouco. Felizmente para nós, as tais Gyozas! Fritas, são as melhores que comemos fora da Ásia, tanto pelo recheio como pela fritura. Terminámos o jantar a pensar que podíamos ter simplesmente ficado a comer estas gyozas durante o tempo todo.
No fundo, o Chong Qing podia simplesmente ser um daqueles restaurantes chineses perfeitamente normais, com mesas cheias com a fauna habitual (grupos de malta jovem, turistas e, aqui e ali, mesas com famílias asiáticas), decoração clássica, pratos daqueles que sempre conhecemos através dos números. Mas o Hot Pot é sem dúvida o factor diferenciador, sendo que, pelo menos no nosso caso, não foi o que aconteceu. Pode ter sido das nossas expectativas, pode ter sido uma noite má no restaurante, pode ter sido por outra razão qualquer. Mas a verdade é que foi assim…
Preço Médio: 20€ pessoa (com rodízio de hot pot e vinho)
Informações & Contactos:
R. António Pereira Carrilho, 18 A | 1000-034 Lisboa | 968 485 955