Francesinhas, muitas. E outras coisas também.
Admito que não sou o mais fervoroso adepto de francesinhas. Como de vez em quando, especialmente quando vou ao Porto (onde cada pessoa tem a sua preferida, e onde há conhecedores a sério), já provei aquelas que para muitos são as melhores – da Taberna Belga, em Braga (leiam aqui o review) – e, claro, também já provei algumas em Lisboa. Mas já desde os longínquos tempos do Cascata no Vasco da Gama que tinha a ideia de que este é um prato cujos segredos ficam guardados algures lá pelo Norte. Sei que há francesinhas e re-invenções de francesinhas cá por baixo, mas sempre ouvi os especialistas dizerem que não há francesinha como no Norte…
Ora… goste-se ou não, quando se fala de francesinhas em Lisboa, fala-se do Restaurante Marco. O restaurante começou em Odivelas, nas Colinas do Cruzeiro, e depois rapidamente abriu em Lisboa, na zona de Santos, onde faz todo o sentido. Na altura da sua abertura, havia imensa gente a falar da “melhor francesinha de Lisboa”. Uma afirmação arriscada, sem dúvida, mas isto as opiniões são diferentes de pessoa para pessoa.
Ora, a primeira coisa a dizer é que a francesinha do Restaurante Marco é, sem dúvida, bastante boa. Não sendo um especialista (nem um completo fanático, digamos), sei perceber se os ingredientes são os certos e se o molho é bom. Bem servida, com queijo, fiambre, mortadela, salsicha e linguiça frescas, o bife e, claro, o ovo bem estrelado, tudo bem montado e afogado em molho qb (porque o trazem também à parte para quem quiser acrescentar. E se todo o conjunto é já bastante bom, o que surpreende mesmo é o molho, muito saboroso e apurado mas sem cair no erro dos maus molhos de francesinha, que é acrescentar muito álcool para o tornar mais pesado e mais espesso. Aqui o molho não “pesa”, mas é bom o suficiente para deixar que as batas se afoguem nele.
Há vários tipos de francesinhas, desde a tradicional (teoricamente, como se faz no Porto) à picante (com o molho mesmo muito picante), umas mais light e até mesmo uma vegetariana… pois, isso mesmo. Porque não? E depois há outras coisas, ou este não fosse um restaurante vocacionado para jantares de grupo: há pratos de peixe, bifes, alguns petiscos… enfim, coisas simples e eficazes, que não obrigam a grandes invenções na cozinha, saem rápido e cumprem o seu objetivo.
A segunda coisa a dizer acerca do Restaurante Marco de Santos é que o serviço é muito bom. Mesmo tendo em conta que é um restaurante para refeições não muito demoradas e sem grande envolvimento, isso não prejudica o serviço, sempre eficiente e com simpatia, que nos serve rápido mas sem despachar. Malta jovem a servir malta jovem nem sempre resulta bem, mas aqui funciona bem.
E, finalmente, a terceira coisa a dizer é que este é um óptimo local para começar a noite. Em grupo de amigos (mais ou menos jovens), para comer bem e estar divertido antes de ir para os copos. Talvez por isso mesmo o espaço esteja preparado para receber vários grupos, sem ainda assim deixar pouco à-vontade quem está nas mesas de dois. A rotatividade é grande, mas como expliquei em cima, não sentimos que nos estão a forçar a sair.
A meu ver, esta é uma aposta ganha, mesmo que a francesinha em si possa não ser a melhor de Lisboa. E, em relação a isso, não vou opinar porque não é bem a minha praia. Mas aquilo que posso dizer é que me deixa muito satisfeito e me faz apetecer voltar, e isso é sempre positivo. Talvez esse seja um dos motivos que faz com que o Restaurante Marco esteja sempre cheio: clientes satisfeitos. E isso basta para um restaurante ser um sucesso. Ano após ano após ano…
Preço Médio: 16€ pessoa (com cerveja)
Informações & Contactos:
Largo de Santos, 14 D | 1200-808 Lisboa | 213950966