Restaurante PSI

Antes de ser (moda) já o era…

Disclaimer: sou carnívoro, não percebo muito de comida vegetariana e/ou vegan, não tenho intolerâncias alimentares, como tudo o que me aparecer à frente (e sei que isto não soa muito bem).

Dito isto, tento acompanhar a crescente tendência para a abertura de restaurantes com ofertas mais “saudáveis”, vegetarianas, vegan, macrobióticas, sem glúten, etc. Uma tendência com cada vez mais adeptos e com ofertas cada vez mais diferenciadoras. Principalmente nas grandes cidades, este tipo de oferta é cada vez mais vasta, ainda que muito dos restaurantes tenham uma carta muito limitada de pratos diários.

Mas a verdade é que um dos vegetarianos mais antigos de Lisboa continua ainda hoje a ser daqueles que tem uma carta mais extensa e completa. Sim, refiro-me ao clássico PSI.

Andamos cada vez mais a tentar diversificar os restaurantes onde vamos jantar, e por isso uma noite de Verão levou-nos a voltar ao PSI, ali na zona da Pena. Felizmente marcámos com antecedência, porque o restaurante esteve cheio durante todo o tempo que lá estivemos, inclusive com muita gente à espera. Serão modas… ou então tem mesmo a ver com a qualidade do restaurante.

Em primeiro lugar, o espaço é muito agradável, com a envolvente natural de um jardim. Não só se encaixa no conceito do restaurante como nos transmite uma sensação de paz espiritual que ajuda a tornar a experiência em algo muito positivo. Não é precisa grande decoração sequer, ainda que as mesas tenham toalhas coloridas que dão mais vida ao espaço. Muita madeira, para não destoar da tal envolvente.

Depois, o serviço é atencioso e tem paciência para quem percebe pouco de comida vegetariana. Ao contrário de outros restaurantes mais recentes que foram abrindo em Lisboa, aqui respondem às nossas perguntas, por mais idiotas que pareçam, e ajudam na escolha de pratos que façam melhorar a refeição para quem não está habituado.

E a verdade é que a comida é realmente muito boa. Nem toda a comida vegan ou vegetariana prima pelo sabor, mas no PSI tudo o que provámos estava excelente! (tivémos uma má experiência no Pachamama por exemplo 🙁 )
Começamos por picar o húmus de grão de bico, viciante, ao mesmo tempo que provamos duas chamuças: uma de soja, excelente, e outra de queijo e azeitonas, também muito boa. 

Hummus e Chamussas

Ainda antes dos pratos principais não podíamos deixar de experimentar as Almôndegas de Seitan e lentilhas com harissa (que é um molho marroquino à base de pimentos e especiarias). Só estas almôndegas já fazem valer a pena um jantar no PSI, acreditem! Também muito boas as Azeitonas Crocantes e mesmo o Ceviche de Manga, tudo com bom sabor.

Entradas várias, entre as quais as Almôndegas de Seitan

Nos principais, o caril Red Thai é realmente picante, ainda que dê para perceber os diversos sabores, tanto dos legumes como do tofu. Um prato que já conhecemos bem na sua versão não vegetariana, mas aqui não fica nada atrás dos que já provámos. Outro prato assinalado como picante é o Korean Tofu Bowl que, talvez pelo nome, esperamos que seja uma taça com tudo misturado. Mas não, é um prato fundo com uns pedaços de tofu demasiado desinteressantes, acompanhados de arroz e alguns vegetais. Depois de misturarmos tudo fica melhor, mas assim separado é fraquinho…

Korean Tofu Bowl

Mais diferenciador é o Shakshouka: ovos escalfados em molho de tomate e pimentos, com várias especiarias, onde ainda acrescentam queijo feta e rúcula. O prato é servido com couscous, legumes assados e uma espécie de um pão que serve para misturar o conjunto todo, que realmente fica mais interessante quando todo misturado. O sabor do prato em si é muito bom e intenso, mas comendo os ovos e o tomate sozinhos é menos interessante.

Shaskshouka

Um dos pratos mais pedidos da carta são os Dan Dan Noodles: noodles de courgete com molho de soja e sésamo, com cogumelos Shitake, tofu e brócolos, que vêm acompanhados com uns fenomenais pickles de pepino e algas Wakame. Todo o prato é super complexo a nível de sabores e texturas, daqueles pratos que nos faz esquecer que estamos no centro de Lisboa. E também daqueles pratos que podia ser servido em qualquer restaurante, seja ele vegetariano ou não. Uma maravilha!

Dan Dan Noodles

Estamos cheios com tudo o que comemos até este momento, mas as sobremesas não podem faltar. Já conhecíamos a excelente mousse de morango, mas na noite em que lá fomos provámos outras duas sobremesas fenomenais (e ambas vegan): o cheesecake de côco é uma delícia, sem um sabor exagerado ao côco e com a textura perfeita, e a tarte de limão com topping de frutos silvestres é igualmente surpreendente pela adição do topping, que complementa muito bem a acidez do limão.

Depois há outras sobremesas menos bem conseguidas, ou pelo menos que não nos agradaram tanto: o PSI Missou é uma espécie de tiramisú, mas com uma textura demasiado sólida e sem o sabor a café tão acentuado, o que o faz parecer só um semi-frio de mascarpone; e a Mousse do Deserto tem natas, leite condensado, caramelo, flocos de aveia e tâmaras, num conjunto que mesmo não sendo demasiado doce, também não tem muito contraste de sabores.

Ao contrário do que acontece noutros vegetarianos, não saímos do PSI nem com fome nem pouco satisfeitos a nível de sabor. Os pratos são bem pensados a nível de sabores e texturas, sendo que a apresentação também é bem trabalhada. E como a carta é variada, este é um restaurante para visitar regularmente.

Por todas estas razões, o PSI é um clássico dentro do género e vai sobrevivendo às tendências e modas que vão aparecendo. E mesmo para quem prefere carnes, é uma experiência bastante agradável.

Preço Médio: 20€ pessoa (com limonada)
Informações & Contactos:
Alameda St. António Capuchos | 1150-314 Lisboa | 213590573

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1 comentário em “Restaurante PSI”

  1. O PSI é excelente. Comida, espaço, serviço, ambiente, frequência. Não parece estarmos no Centro de Lisboa. E, se as sobremesas não agradarem (ou se quisermos levar um geladinho para casa), podemos a seguir ir à Mú, a melhor geladaria de Lisboa.

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