Carne fraca. Pão mau. Batatas péssimas.
Já não há paciência para isto… A moda dos hambúrgueres não passa e continuam a abrir “restaurantes” destes em todo o lado. É fácil (na teoria), não é preciso saber cozinhar (na teoria) nem perceber nada do negócio da restauração (na teoria), basta usar fórmulas repetidas por todas as outras hamburguerias e o sucesso é garantido. Nem é preciso investir muito, porque este “boom” de hamburguerias conseguiu uma coisa fabulosa que foi tornar as pessoas menos exigentes em relação àquilo que lhes é servido, por isso basta abrir as portas, ter uma imagem modernaça, nomes engraçados para os pratos e está feito.
Esta febre chegou a todo o lado, por isso é sem grande surpresa que vamos a chegar a Azeitão e vemos a Hamburgueria Garfo e Faka. São 15h30 e ainda não almoçámos, mas os restaurantes a sério ali à volta já não servem almoços.. por isso lá terá de ser. Já sabemos que vai ser mau ou pelo menos mais do mesmo.
Ora, vou deixar passar o trocadilho adolescente do nome (“pessoal, bora lá eskrever faca com k para os putos gramarem bué de vir ká!”), a decoração pré-formatada (“mesmo fixe era ter aqui um quadro preto na parede com o nome dos hambúrgueres, mesas de madeira e aqueles pequenos vasos de lata para pôr os guardanapos e talheres!”) ou a idiotice do nome dos hambúrgueres (“jogadores de futebol? planetas? nã… bora usar nomes de cidades alentejanas, mesmo que os hambúrgueres não tenham nada a ver com isso!”). Vou ainda passar por cima do serviço jovem e completamente amador, porque também não é novidade.
Concentrando as atenções na comida, pedimos 2 hambúrgueres: o GarfoeFaka, com ovo estrelado, bacon, cebola, pickles, queijo brie, salada ibéria e molho especial, e o Borba, com nozes, queijo presidente de erva, cebola, agrião com vinagre balsâmico e molho especial. Novamente, deixo passar o ridículo que é usar nomes de produtos de marca como se fossem ingredientes (a salada ibéria é aquela que compramos em pacote nos supermercados, o queijo era mesmo o President com ervas…). A carne de ambos os hambúrgueres vem fora do ponto, mas já estávamos à espera; mais do que isso, mesmo estando temperada, não é nada de especial. O ovo estrelado estava no ponto (aleluia!) mas os restantes ingredientes são mauzinhos: o bacon nem foi à frigideira, o agrião estava inundado em vinagre balsâmico ao ponto de ficar no prato, os pickles nem vê-los. E o molho especial também andaria para lá perdido, ainda hoje estamos para saber onde.
Pior que a carne e os ingredientes é o pão, duro não de estar torrado mas por ser duro mesmo.
E ainda pior que a carne, os ingredientes e o pão são as batatas fritas, que estão frias e moldes porque simplesmente não foram fritas naquele momento. Se me dissessem que tinham sido fritas de manhã, eu acreditava. Posso ser só eu, mas é ridículo não fritar batatas a pedido.
O resultado final da refeição é os pratos voltarem para trás com as batatas todas, o pão e alguns dos ingredientes dos hambúrgueres. Ainda assim, aqui pelo menos fizeram-nos a pergunta “Estava tudo bom?”, mesmo que bastasse olhar para os pratos para perceber que não. Mas, lá está, também não estávamos à espera que o serviço fosse diferente daquilo que é.
A culpa é nossa, consumidores, porque continuamos a preferir ir a estes espaços do que a uma tasca ou um restaurante tradicional, de quem sabe o que faz e onde vamos ser muito melhor servidos. Pessoalmente, não tenho nada contra hamburguerias, mas não suporto a falta de qualidade (a todos os níveis) que a grande maioria destes novos espaços tem. Por isso, caso andem por Azeitão, optem antes por um dos (muitos) outros restaurantes tradicionais que por lá existem.
Preço Médio: 9€ pessoa (hambúrguer e cerveja)
Informações & Contactos:
Rua de Lisboa, 327 | Brejos de Azeitão | 938 723 253
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