Um conceito vencedor. Com algumas falhas…
O (novo) Mercado de Campo de Ourique abriu com toda a pompa e circunstância. Notícias em jornais e na tv, artigos em muitos blogs de restauração, muito “word-of-mouth”. Porque a promessa de que se tornou algo do género o Mercado de San Miguel em Madrid é muito aliciante, principalmente para um target mais jovem e urbano.
E a primeira coisa que podemos dizer é que, a nível arquitectónico, há ali um trabalho muito interessante. Porque, mais do que a nova zona de restauração, tudo o resto está muito bem recuperado e organizado. Os comerciantes que ali estavam há uma “vida inteira” podem agora voltar a vender mas em bancas muito mais contemporâneas. E isso parece-nos muito bem.
Cumprindo a promessa, a oferta é muita. Muitos restaurantes, divididos por tipologias da sua oferta (americano, carne, japonês, champanheria, etc.), mas mantendo o conceito e oferta tradicional de cada um. Dois locais para pedir bebidas, o que talvez seja pouco (ainda assim, bons cocktails e ainda melhor selecção de gins).
Começamos na “petiscaria”, onde há umas boas favas com chouriço e ainda melhores grelos com farinheira. Bem servidos e baratos – e esta é só uma amostra da enorme oferta que lá existe. A “empadaria” (que aqui não assina pelo verdadeiro autor, o Avillez) serve uns bons croquetes de vitela e umas fantásticas empadas de frango thai, cheias de sabor e muito bem recheadas. No “americano”, asas de frango interessantes e umas costeletas que estavam frias. Depois, e porque a fila na “carne” (vulgo, Atalho) estava impossível, experimentámos os burgers: um normal “beicone” (com bacon) e um mais inovador “farinheque” (burger de farinheira). O problema é que o pão deita tudo abaixo… Frio, completamente desinteressante, e acaba por dominar o burger. Que pena. E terminamos na “gelataria”, com um crepe de Nutella, maravilhosamente guloso e leve ao mesmo tempo.
Ou seja, no final, é um conceito muito interessante, mas onde nem tudo é bom (era complicado ser). Mas para nós, o grande problema aqui é que se sente claramente a diferença entre a zona de restauração e “o resto”. Ou seja, os restaurantes estão (quase todos) cheios de gente, mas as bancas de produtos estão às moscas. Mesmo a sinergia entre os restaurantes e as bancas parece não existir de todo, o que deixa um pouco a desejar… Se isso acontecesse, teríamos aqui um caso de sucesso a repetir um pouco por todo o lado.
Preço Médio: 10€ pessoa (optando por apenas um restaurante e um prato, com bebida)
Informações & Contactos:
Rua Francisco Metrrasse | 1200-Lisboa
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