Hambúrgueres para todos os gostos, feitios… e carteiras.
Está a decorrer até ao final deste mês a Rota de Hambúrgueres. Continuam na moda, por isso já seria de esperar que alguém se tivesse lembrado disto há mais tempo. Neste caso foi uma marca, a Hellmann’s, e a ideia é simples: criaram uma rota de 26 hamburguerias em Lisboa e outras 13 no Porto, e desafiam as pessoas a irem conhecê-las e ainda a ganhar bilhetes de cinema (por casa 4 hamburguerias visitadas).
Ora, no âmbito do “serviço público” que fazemos, demos o corpo ao manifesto (ou, neste caso, o estômago) e, com a ajuda de alguns seguidores nossos (creditados em baixo), deixamos aqui de seguida um review de QUASE TODAS as hamburguerias da dita Rota. É um resumo dos reviews efectivos a cada restaurante, que podem encontrar isoladamente pelo site, e alguns seguidores aceitaram o nosso repto e ajudaram-nos com reviews de locais onde ainda não fomos. Não tem nenhuma ordem em especial, mas serve para orientar quem esteja indeciso sobre onde ir. Já viram os sacrifícios que fazemos por vocês? 😛
Bons hambúrgueres!
HAMBURGUERIA DA PARADA (Campo de Ourique), by Frederico Nascimento
“… Para mim, a melhor de todas, sem nada de negativo a apontar, é a Hamburgueria da Parada. Carne excelente e suculenta, batatas fritas muito boas e o pão também, menus muito bem pensados, bons chás e preços a rondar os 6/7 euros. É um quiosque de jardim, por isso é muito agradável no Verão mas desagradável se o tempo estiver mau….”
HAMBURG THE BURGER HOUSE (Parque das Nações), by Tiago Pires
“… Já vi coisas mais estranhas…o bolo do caco, também está na moda, é redondo, e possui por ser feito sobre uma chapa, uma codea mais consistente do que um brioche. Escolha lógica para comer com as mãos, porque dedos enfarinhados, são melhores que dedos engordurados. Batatas desalinhadas, queijo da ilha, cebola de facto caramelizada, carne no ponto em que se pede e ovos passados no único ponto em que a coisa funciona: quando a gema, se desfaz e pinga por cima das batatas!…”
NY SLIDERS (Saldanha), by Mário Lourenço
“… Esta ideia dos sliders é tipicamente americana e estava a demorar até alguém aparecer cá com isto, especialmente com o boom das hamburguerias. E o conceito é realmente interessante, especialmente porque se escolhermos o menu New York podemos experimentar 3 mini-burgers ao preço de um menu normal! E mesmo sendo versão mini, a verdade é que ficamos cheios, principalmente por causa do pão (maçudo). Todos têm uma base semelhante com alface e tomate, mas depois variam num ingrediente: o Brooklin tem bacon (claro!), o Broadway tem cebola caramelizada (pouca e que não sabe a nada), o 5th Avenue tem queijo (já apanhei fatias grandes e outras quase inexistentes) e o Little Italy tem curgete e um molho diferente (que não acrescenta nada de diferente ao molho base dos restantes). A carne tende a passar sempre um bocado o ponto, porque são peças mais pequenas e mais difíceis de controlar, e as batatas são congeladas, claro. Mas tem um packaging giro que fica bem nas fotografias!…”
HAMBURGUERIA PORTUGUESA (Arroios)
“… A espera longa pelos hamburguers deixa-me esperançoso, porque significa que estão a fazê-los no momento. O que já é bastante melhor do que muitas hamburguerias da moda.
Quando chegam, outra boa surpresa: boa relação entre o pão (ou bolo do caco) e a carne, assim como os restantes ingredientes.
Se já comi hamburguers melhores? Sim, muito. Se já comi hamburguers piores? Sim, MUITOS! A carne é de boa qualidade, está bem temperada e grelhada. O resto dos ingredientes não lhe tira o sabor, complementa-a. O pão/bolo do caco são semi-tostados para não prejudicar o sabor, as batatas fritas são caseiras e nem sequer são muito oleosas. Provámos o “Nosso” (com bacon e ovo, saboroso), o “Picante” (menos do que prometia ser) e o “Tropical” (com ananás, fresco e interessante)…”
GUTSY (Carcavelos)
“… Queres dar nomes divertidos aos teus pratos, usando adjectivos, mas sem te preocupares em ser criativo nos ingredientes? Abre uma hamburgueria. Queres servir 3 vezes mais pão (frio) do que o resto dos ingredientes (de pouca qualidade)? Abre uma hamburgueria. Queres servir carne sem rigorosamente tempero nenhum e nem sequer perguntar aos clientes como a querem cozinhada? Abre uma hamburgueria…”
BUN’S – O ATELIER DO BURGER (Rato)
“… A ementa é bastante resumida, mas tem as combinações suficientes para não nos fazer perder muito tempo. Para beber, limonada da casa (mais uma vez, como em todos os restaurantes do género), talvez um pouco ácida demais.
Mas a grande diferença chega com a comida. Porque estes são, sem sombra de dúvida, os melhores burgers que comi nestas novas hamburguerias gourmet que surgiram este ano. Muito boa carne, saborosa, bem temperada e bem grelhada, a proporção ideal de outros ingredientes para deixar o sabor da carne ser a estrela, e um pão semi-tostado e da dimensão do burger, o que faz com que se consiga sentir a carne em vez de ficarmos cheios com o pão. Provámos o Rústico (queijo da ilha, cogumelos salteados e chutney balsâmico de cebola) e o Bun’s (queijo cheddar, cebolas caramelizadas e molho de estragão), ambos fabulosos! Acompanhados de batata frita caseira com um molho especial de maionese que é viciante. Muito, muito bom. Mesmo.
Terminamos com a única sobremesa, um brownie com nozes muito bom também, mas que podia trazer uma bola de gelado. Enfim, não se pode ter tudo…”
HAMBURGUERIA GOURMET CAFÉ DO RIO (Terreiro do Paço)
“…o que distingue os hamburguers do Café do Rio da grande maioria dos que são servidos nas outras casas “especializadas” no género, é o facto destes não serem servidos com pão. Ou seja, não há o típico problema de haver demasiado pão para a carne, assim como o facto de não haver pão faz com que a carne se mantenha suculenta quando chega à mesa. Isso é bom para perceber a qualidade da carne, que realmente é boa, ainda que também aqui exista o problema transversal a quase todas as hamburguerias da cidade: a falta de tempero…
As composições são interessantes, com destaque claro para o Alentejano (com coentros e pimentos assados), o de Portobello (com cogumelos do mesmo nome) ou o Mexicano (com a dose ideal de picante). Até a opção vegetariana, de Grão e Queijo Feta, tem bastante sabor. E, tudo junto, até atenua o facto de não haver pitada de sal na carne.
Para acompanhar, batatas fritas caseiras e arroz, completamente desnecessário e claramente o menos interessante de tudo…”
A LOJA (Marquês de Pombal)
“… A Loja é uma hamburgueria que (teoricamente) tem mesmo uma loja que vende os produtos com os quais os hamburgers são feitos.
E para tirar isto logo da frente… Não é não! De loja A Loja não tem nada, apenas um expositor de madeira com umas latas e batatas e cebolas, mas nada que possa sequer aproximar-se do que promete.
Segunda coisa a realçar: os hamburgers são bons. A carne é boa, bem temperada, o pão não compromete e as combinações fazem sentido mas não se sobrepõem à carne. Isto acompanhado com boas batatas.
Mas depois vem o serviço, que transforma esta refeição numa experiência a NÃO repetir!!…”
HAMBURGUERIA 21 (São João de Deus)
“… A carta (que é o individual de mesa) tem a oferta normal de burguers mas sem nenhuma entrada nem sobremesa. Pedimos o Sem Cerimónias (ovo estrelado, bacon, cebola roxa) e o Atrevido (que diz ser picante, com cheddar, cebola caramelizada, malaguetas e sweet chilli). A apresentação do prato é muito acima da média dos concorrentes e o hamburguer parece muito maior do de o que se come por aí… mas não.
Porque aqui temos exactamente o mesmo problema das hamburguerias modernas que crescem do chão como cogumelos: a proporção da carne em relação aos restantes ingredientes está completamente errada! O pão é grande, os ingredientes são muitos e bem servidos, mas a carne está simplesmente perdida lá no meio. Sim, está cozinhada na perfeição, como pedido (ponto a favor), tudo é bom e sabe bem, sente-se que os ingredientes são bons e frescos (ponto a favor) as batatas são óptimas (ponto a favor)… mas é tudo tão maior que o próprio hamburguer que quase não se sente a carne (ponto muito negativo). O que é uma pena, porque é mesmo boa…”
B’PERFECT BURGERS (São João de Deus), by David Araújo
“… A vossa fama não vos trai. Muitos comentários foram ditos acerca do vosso espaço: “Melhor hamburgueria de Lisboa.” – ouvi eu.E sim, depois de quase todas as hamburguerias de Lisboa percorridas, posso dar a taça ao melhor hambúrguer que comi em Lisboa e quiçá na minha vida (sim, assim tão bons) e é importante relevar que eu sou um tipo altamente exigente com a qualidade.
Uma coisa é garantida, não sairão decepcionados…”
BAR DO GUINCHO (Guincho)
“… e os hamburguers, ainda que tenham carne muito boa, pecam porque vêm sempre demasiado passados, ou seja, secos… e nem vale a pena reclamar, porque temos de enfrentar a longa fila novamente e ficar à espera uma eternidade…”
2 GOOD (Belém)
“… Por outro lado, o hambúrguer com o nome do restaurante surpreende pela negativa. A combinação de carne, farinheira e gengibre promete, mas a quantidade de gengibre é tanta que literalmente não se sente o sabor da carne. Fica mais de metade no prato.
E aqui voltamos ao serviço e aos empregados que olham várias vezes para os pratos na mesa mas evitam novamente o contacto visual, como que a perceber que algo está mal. Os pratos são levantados sem sequer a normal pergunta se estava tudo bom. E relembro que esperávamos 50 minutos por um hambúrguer que metade ficou no prato…”
MUNCHIE (Príncipe Real)
“… Depois de um longo tempo de indecisão entre qual dia 6 pecados escolher, optámos pela Gula (cheddar, alface, tomate e bacon, com maionese de alho) e pela Luxúria (alheira frita, espinafres, ovo e queijo limiano). Os hambúrgueres chegam numa cesta de vime com uma generosa porção de batatas fritas muito finas e estaladiças.
É realmente difícil comer o hambúrguer numa só dentada (sim, numa menina não fica assim tão bem), mas vale a pena! Os hambúrgueres vêm suculentos com queijo a derreter, o bacon estaladiço (no caso da Gula), a alheira sem demasiada gordura (no caso da Luxúria). Ambos deliciosos, de comer e chorar por mais. Para beber, é de experimentar a “limodka”, limonada com vodka bem servida…”
HAMBURGUERIA DA LINHA (Oeiras)
“… esta Hamburgueria da Linha é uma cópia descarada do Honorato! Aliás, como é perceptível pelas fotos, o logotipo é igual! Não é parecido ou inspirado, É IGUAL!!! E quando perguntamos, por curiosidade, se têm alguma ligação ao Honorato ou à Hamburgueria do Bairro, dizem-nos prontamente que não, que são completamente diferentes. Ridículo!
Mas as “semelhanças” não ficam por aqui: a decoração minimalista com o menu em parede de ardósia, as composições dos hamburguers, a composição nos pratos… Depois há coisas que são diferentes (em comparação com as hamburguerias indicadas em cima): para melhor temos a carne, boa e com dimensão bastante simpática, e a proporção entre a dita e o resto dos ingredientes e o pão; por outro lado, as batatas são bastante piores, cortadas mais grossas mas quase cruas e sem o toque de oregãos em cima, com um molho muito fraco a acompanhar…”
U-TRY (Campo de Ourique)
“… um normal “beicone” (com bacon) e um mais inovador “farinheque” (burger de farinheira). O problema é que o pão deita tudo abaixo… Frio, completamente desinteressante, e acaba por dominar o burger. Que pena…”
DOGTOWN BURGER JOINT (Bairro Alto)
“… Aqui a primeira grande diferença está no pão, porque os hambúrgueres são servidos em mão de mal, que não só ajuda a manter a consistência da peça com todos os ingredientes lá dentro, como é muito saboroso. Tão saboroso que damos por nós a comer pedaços de pão já sem nada. Experimentámos o Jay “Boy” Adams (cebola, queijo e bacon), simples mas com a carne perfeita e o conjunto todo a fazer maravilhas, e o Gerry Lopez (vegetariano, com tofu, cogumelos, queijo e caril de manga) que, mesmo para quem foge aos vegetarianos como eu, é muito surpreendente, principalmente porque o caril de manga une todos os outros ingredientes…”
BOLO DO CACO (Oeiras)
“… Sim, os hambúrgueres são grandes e têm a proporção ideal em relação ao resto dos ingredientes, que são bastante bons. Mas se a carne é o principal, aqui ela falha redondamente: todos os (6) hambúrgueres chegam à mesa com a carne fora do ponto (quase bem passada quando pedimos média-mal), o que os torna estupidamente secos. E porque são grandes, ficam ainda mais difíceis de comer. E só para melhorar, estão quase frios…
Isto depois de 40 minutos à espera até irem chegando à mesa, mas não todos ao mesmo tempo. Porque como somos um grupo de 6 pessoas, não devemos querer comer todos ao mesmo tempo, pois não?
Os ingredientes até podem ser de qualidade, mas a promessa “gourmet” é demasiado ambiciosa (tirando o hambúrguer que tem foie, os restantes têm composições normalíssimas). Honestamente, nem o bolo do caco é dos melhores que já comemos, está duro em qualquer um dos 6 hambúrgueres que chegam à mesa. As batatas (normais e doces) cumprem. Pelo menos isso…”
BURGER ROUGE (Campo Grande)
“… Os hambúrgueres são bons, ainda que o pão seja mais fraquinho do que os ingredientes. O Red Velvet, com cebola frita, ovo estrelado, bacon e cheddar, está bem composto e é bastante agradável de comer. Por outro lado, o hambúrguer da Rota peca por não ser bem montado – este Chilli tem feijão e molho picante mas em cima do tomate e da alface, o que lhes tira a frescura, e por cima da carne um ovo estrelado completamente seco; ao pegar no hambúrguer com as mãos, os ingredientes caem pelos lados… É tudo saboroso, carne e ingredientes, mas a “montagem” do hambúrguer faz com que seja difícil de comer…”
HAMBURGUERIA INSULAR (Oeiras), by Joana Semedo
“… Seguimos a mesma lógica de todas as outras hamburguerias modernas, que é ter um hambúrguer cheio de outros ingredientes, alto demais para comer à mão. A carne, algures lá pelo meio, é boa, tem sabor e sente-se a qualidade, está cozinhada no ponto certo. E isso por si só é positivo, porque não acontece na maioria das outras hamburguerias. Mas a alface no topo faz desmontar o hambúrguer todo, ainda antes de o começar a comer. Lá está, não precisava de ter tanta coisa só mesmo para parecer grande…”
GUILTY BY OLIVIER (Av. Liberdade)
“… O Guilty é uma cantina da escola, mas para gente adulta, teoricamente sofisticada e com dinheiro. E já o era quando abriu, antes de estar na moda ter uma hamburgueria gourmet.
É uma hamburgueria/pizzaria, onde se comem hamburguers gourmet ou pizzas elaboradas. Mas, na realidade, os hamburguers não são assim tão diferentes dos que se encontram por aí nessas novas hamburguerias (pelo menos a nível da carne!); e as pizzas não chegam sequer aos calcanhares das do Lucca…
Mas tudo isto passa, porque têm nomes a atirar para o pomposo, têm um preço acima da média e, claro está, é tudo “feito” pelo Olivier…”
MUSIC BURGUER (Saldanha)
“… A minha primeira experiência com esta marca foi no Optimus Alive do ano passado, onde comi o pior hamburguer de sempre (ou próximo). Mas, ainda assim, resolvi dar uma nova oportunidade, porque sabemos que nos festivais nem sempre a qualidade é a melhor.
Ora, no restaurante a carne é substancialmente melhor, sem dúvida – podia ser melhor temperada, mas é suculenta e os molhos são agradáveis. O Jazz Burguer com molho barbecue é agradável, assim como o Rock Burguer, com bacon crocante e molho de mostarda e mel. O grande problema é o pão, que é demasiado grande e está seco e duro (e nem é por estar tostado). Ou seja, fica todo nos pratos.
As batatas fritas são boas, mas os espinafres com alho estão encharcados em molho (porque não foram escorridos) e por isso ficam sem sabor…”