Memórias de sushi passado…
Há coisas que conhecíamos quando éramos mais novos e que guardamos na nossa memória como sendo muito boas. Isso acontece com filmes, séries, músicas, locais, pessoas e, claro, restaurantes. Recordamo-nos com saudosismo porque nos marcaram… mas geralmente resultam em enormes desilusões quando voltamos a encontrá-las. E isso acontece-nos frequentemente com restaurantes.
O Samurai foi provavelmente o primeiro japonês onde fui com regularidade, naqueles tempos longínquos em que surgiu a febre do sushi em Portugal. E a razões eram simples: por um lado, o sushi era uma novidade e havia sempre muita gente a querer experimentar; e por outro, o regime buffet dava-nos a ideia de que estávamos a provar uma enorme quantidade de coisas diferentes. E por um preço bastante interessante! Por isso era ver-me, uma vez a cada duas semanas, a reunir malta do trabalho para irmos todos em procissão almoçar ao Lumiar.
Se ao almoço havia sempre filas enormes no buffet, pelo restaurante estar cheio, ao jantar a situação era ligeiramente diferente. Menos gente, ambiente menos próximo de uma cantina, e o facto de existirem salas privadas no piso superior dava ao restaurante um toque “exótico”. Na altura nem sequer pensava no facto de quase todas as peças serem de salmão, ou ao facto de não estarem bem enroladas, ou a nenhum “pormenor” desses. Era barato e o sushi estava a crescer.
Ora, depois a moda foi crescendo e foram aparecendo muitas outras opções melhores, muito melhores. Ou então fomos nós que percebemos que havia melhores opções e fomos aprendendo a conhecer e apreciar.
Porque voltámos ao Samurai há relativamente pouco tempo, e a desilusão foi enorme. Em resumo, aquilo que sentimos é que a qualidade é bastante fraca. Pouca diversidade nas peças, muito arroz e nem sempre o peixe se sente ser fresco. Não esperamos criatividade em qualquer regime buffet ou all you can eat, mas nem sempre o preço justifica qualidade abaixo da média. Ou não devia justificar.
E a triste realidade é que não vimos as enchentes de que nos lembrávamos, nem no Lumiar nem no de Belém, onde passamos regularmente por ser perto de casa – e onde já pedimos serviço “take home”, que foi um desastre a nível de atendimento e a nível de qualidade.
Sim, é verdade que fica relativamente barato, mas não tendo qualidade suficiente, isso nem se torna muito positivo. Lá está, as memórias boas nem sempre resultam em coisas positivas na actualidade, e neste caso o Samurai foi uma verdadeira desilusão. Não é “a evitar”, mas também não é um restaurante que recomende. Até porque actualmente há imensa oferta neste registo, e muita dela bastante melhor do que no Samurai.
Preço Médio: 15€ pessoa (com refrigerante)
Informações & Contactos:
Alameda das Linhas de Torres, 92 A | 1750-147 Lisboa | 21 758 96 74
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