Praia, Lapas, Espetadas, Miradouros… e Ponchas!
O Porto Santo é muito isto. Sim, sabemos que há quem nos vá acusar de ser limitados e estar a resumir demasiado tudo aquilo que há para fazer nesta ilha. E sim, também lemos aqueles blogs de malta que passou duas ou três semanas no Porto Santo e todos os dias fez e/ou visitou coisas diferentes… mas serão assim tão diferentes? Pois, aqui vamos relatar a nossa experiência.
Não podíamos escrever apenas um roteiro turístico, pois não? Claro que temos de escrever sobre restaurantes, sobre as experiências que tivemos na ilha. Nenhuma foi completamente má, algumas foram decepcionantes porque nos tinham dito que seriam restaurantes fantásticos. Mas, felizmente, tivemos algumas boas surpresas! De seguida falamos resumidamente sobre os restaurantes no Porto Santo, sendo que quem quiser saber mais tem os links para a review específica de cada um.
Basta pesquisarem um pouco que a maioria das indicações de restaurantes no Porto Santo levam-nos para um grupo restrito de 5 ou 6 sítios. São os mais conhecidos, os mais frequentados, aqueles que têm maior fama, mesmo que alguns tenham só isso. Mas podemos fazer um disclaimer já para começar: tenham atenção, porque estão numa ilha completamente turística, mas onde a maioria do atendimento nos restaurantes é… pouco simpático. Não esperem muitos sorrisos, não esperem uma competência acima da média, no fundo, baixem as expectativas. E mesmo a nível da comida em si, não vão à espera de ser surpreendidos. Vão comer bem – como nós comemos, na maioria dos sítios – mas não vão ter grandes surpresas nem grande variedade. Espetada, lapas, picadinho, polvo, decorações de pratos com vinagre balsâmico (saiba-se lá porquê)… e poncha, claro.
Ora, sendo uma ilha sem praticamente agricultura, o Porto Santo depende daquilo que se vai encomendado para vir de barco, e às vezes os fornecedores falham. Pelo menos foi essa a desculpa para falta de alguns produtos, como batatas – esta foi a desculpa para nos servirem batata frita congelada no Teodorico, que curiosamente foi a nossa melhor experiência de restauração no Porto Santo. Espetada regional fabulosa, T-Bone fantástico, tábua de queijos e enchidos para entrada, duas sobremesas deliciosas e acabar com um rum caseiro para acompanhar o café. Até a nível de serviço foi o melhor que tivemos durante esta semana.
O Teodorico foi um dos restaurantes mais recomendados por todas as pessoas que nos deram dicas, e efetivamente percebe-se o porquê. A qualidade da carne que comemos foi fantástica, e sentimos que o serviço tem realmente um cuidado acima da média, quando comparado com os restantes restaurantes que visitámos no Porto Santo.
Outro dos restaurantes mais recomendados foi o Panorama, especialmente por causa da vista. A localização no cimo da serra e a sala forrada a janelas permite-nos uma vista privilegiada sobre a ilha e ainda apanhar o pôr-do-sol, o que torna qualquer jantar num momento mágico. O restaurante é um pouco mais sofisticado e a comida é menos típica, se quisermos, mas muito boa na mesma, com especial destaque para os pratos de peixe e as sobremesas.
E a vista… já dissemos que tem uma excelente vista? O ideal é mesmo ir jantar a horas de ver o anoitecer, porque tanto de dia como de noite, é uma maravilha.
O “Calhetas” era um daqueles restaurantes de que me lembrava da primeira visita ao Porto Santo, há mais de 15 anos. Na verdade chama-se Restaurante Ponta da Calheta e fica… adivinhem… exactamente na Calheta. Sala aberta para levar com o ar do mar e para podermos petiscar qualquer coisa depois da praia e antes de jantar, como estas lapas da foto em baixo, as melhores que comemos no Porto Santo!
A carta aqui está mais virada para o peixe, se bem que com as limitações de variedade comuns a todos os restaurantes da ilha. Mas ainda assim comemos um dos melhores pratos da semana, o filete de espada com banana e maracujá, um prato exótico e fantástico. Muito boa também a feijoada de polvo e o bife de atum de cebolada, e até o milho frito a acompanhar era muito bom!
O único restaurante que repetimos durante a semana que estivemos no Porto Santo foi o Pé na Água, o que é curioso porque tínhamos a ideia que era uma espécie de bar de praia e iria ser um bocado “tourist trap”. Mas depois de uma primeira visita ao final da tarde para petiscar umas lapas grelhadas – que foram das melhores que comemos na ilha – acabámos por regressar noutro dia para almoçar. Lapas fantásticas, picadinho regional muito bom, escabeche de polvo, pregos em bolo do caco… enfim, não só estamos em cima da praia como comemos muito bem.
Outra dica fantástica e que ficava no nosso caminho para a praia é o Snack-Bar O Girassol. Ponto de encontro de locais e turistas, para beber cervejas ou ponchas e petiscar qualquer coisa, sendo que a especialidade aqui são as chamuças, que podemos dizer-vos serem fabulosas!! Vale a pena provar todas, e até é um bom snack para levar para a praia.
E para beber poncha? As sugestões dividiam-se entre a Poncha do Agostinho (Bar Fontinha), onde só conseguimos ir já nos últimos dias, porque aquilo só abre às 22h… e é quando querem abrir – ponchas boas, ainda assim, fortes; e a Taberna O Banheiro, no Campo de Cima, a nossa preferida, não só pela qualidade das ponchas mas também pela esplanada muito fixe e pela simpatia dos donos. Acabou por se tornar romaria obrigatória quase todas as noites.
Mas nem todas as dicas nos levaram a restaurantes dos quais gostámos mesmo. E atenção: não houve nenhum restaurante do qual realmente não tenhamos gostado, mas alguns ficaram muito aquém das expectativas… Como por exemplo aquele que todos dizem ser o spot mais concorrido da ilha, especialmente para os petiscos: o João do Cabeço.
Não reservam mesa porque teoricamente estão sempre chios, mas sempre que por lá passámos havia mesas disponíveis. Fizemos lá um almoço tardio, e comemos uma lapas grelhadas que ficaram longe de outras que comemos nesses dias e uma carne em vinha d’alhos boa, mas sem ser surpreendente. E ainda levámos com um serviço mal encarado e nada simpático, que inclusivamente nos serviu uma das cervejas num copo partido – partido mesmo, sem parte do vidro – e não repararam…
Outra decepção foi O Torres (ou Grill Torres, como muitos lhe chamam). O espaço atira um bocadinho para o fino, mas um fino assim clássico, nem sei bem… parece desajustado com o resto da ilha, mas depois começamos a ver as famílias mais tradicionais a chegar e percebemos o posicionamento.
O serviço foi estranho, muito simpático para mesa com pessoas conhecidas da casa, mais neutro para quem era novidade; a comida teve altos e baixos, mas nada se destacou como sendo muito acima da média – talvez com a excepção do prato emblemático da casa, o polvo à moda da Clarinha, que não me pareceu muito diferente de um polvo à galega. E, tendo em conta o tamanho das doses face ao preço, acabou por ser o jantar mais caro que tivemos no Porto Santo.
Só para terminar a leva de restaurantes muito recomendados e dos quais não gostámos assim tanto, eis o Mercado Velho, mesmo no centro de Vila Baleira. É giro o sítio, era o antigo mercado de peixe, mas depois a comida… o chouriço assado foi das piores coisas que comemos na vida, as lapas foram as menos interessantes que comemos durante toda a semana, nem o bolo do caco estava bem torrado. Até pode ser verdade que o forte do espaço é o peixe, mas pela amostra que tivemos, acabámos por não querer voltar para provar. Enfim…
Outro restaurante do qual tinha muito boas recordações da visita anterior ao Porto Santo era a Adega das Levadas, um restaurante tradicional que fica no cimo da serra. Lembrava-me de uma espetada fantástica e de um sítio muito típico, mas aquilo que encontrámos foi um restaurante vazio (num sábado à noite) e uma espetada intragável de salgada. Não me lembrava do restaurante assim…
Finalmente, na noite em que chegámos o voo atrasou, por isso foi preciso encontrar algum sítio aberto até mais tarde. A única opção foi o Terra Minha Sushi Bar, o restaurante de sushi da ilha (penso que o único). Decoração muito gira, com quadros para venda, mas depois poucas opções a nível de ementa e algum descuido na montagem das peças. Não sendo mau, com maior cuidado podia ser muito melhor.
Só uma consideração final em relação aos restaurantes: a grande maioria deles tem serviço de transfer para oferecer, por isso questionem quando fizerem a reserva. Só alguns é que perguntam, a maioria não diz nada até puxarem o assunto.
E pronto, Porto Santo é isto! Um destino fantástico para férias de praia, para quem gosta mesmo de praia e quer estar um bocado isolado do resto do mundo. Há bons restaurantes em Porto Santo, há sítios giros para visitar, mas é acima de tudo um destino de praia e descanso. A nossa sugestão é evitar os preços proibitivos dos resorts ou, caso vão nesse registo, optem por meia pensão, para poderem experimentar os restaurantes da ilha. Aproveitem a praia, caminhem, comam e bebam. Porque uma poncha por dia, nem sabem o bem que nos fazia! 😉
Boa tarde, sabe dizer-me se o Teodorico tem transfer e está aberto à 2ª feira?
Obrigado
Bom dia. Teodorico não tem transfer mas não foi impedimento de o visitar. fomos de taxi e para regressar uns o Sr Jorge chamou o taxi. Eu como fiquei até fecharem uma das funcionarias levou-me a casa. Realmente uma simpatia sem igual.