Fujam! “Tourist trap” à vista!
Fomos dar ao Cais da Angra durante uma escala na Ilha Terceira (podem ler o nosso roteiro desta ilha aqui). Com 4h de espera, e tendo em conta que já tínhamos ido Ao Caneta, ao Beira Mar e à Tasca das Tias, decidimos dar uma vista de olhos no Guia Boa Cama Boa Mesa para ver que mais recomendações havia a menos de 30 minutos do aeroporto. E foi assim que fomos parar ao Cais da Angra.
Chegámos e, à primeira vista, não nos pareceu ser um restaurante… típico. Mas não quisemos julgar o restaurante pela esplanada, até porque às vezes temos surpresas. Mas também não começamos bem com o serviço, já que nos foi sugerido escolhermos o menu do dia (com 3 pratos à escolha)… mas passados 20 minutos de os termos escolhido, somos informados que a opção de peixe já tinha acabado. 20 minutos depois… Enfim, trocámos para o Hambúrguer “Queijo Vaquinha” (um dos grandes emblemas da Ilha Terceira).
Enquanto esperamos pelos pratos, somos presenteados com o couvert: uns paezinhos do dia anterior (pelo menos, porque a dureza não engana) com uma manteiga derretida. Passaram os tais 20 minutos até termos de mudar o pedido, passou meia hora, passou uma hora… é certo que ainda tínhamos tempo para o segundo voo, mas já estávamos a começar a desesperar…
Finalmente, começam a chegar os pratos à mesa, só que a situação não fica necessariamente melhor. O Ganso, que por si só já é uma carne seca, está ainda mais seco do que é normal, servido em fatias finas, sobre umas folhas de alface, com um molho tímido na base. Ou seja, em vez do molho (que não era nada de especial, diga-se) envolver a carne, estava junto à salada, o que fazia com que a carne fosse seca, mas muito seca…
Do outro lado da mesa, numa tábua de madeira (claro, o cliché), o tal Hambúrguer “Queijo Vaquinha”… que claramente não fez jus ao nome. Na descrição tínhamos Queijo Vaquinha derretido, presunto crocante, cebola grelhada e molho picante… mas na realidade apenas se sentia o ketchup, porque o tal molho era basicamente isso. E, como podem ver na imagem, o molho de Queijo Vaquinha era praticamente inexistente.
O melhor do almoço foram as duas coisas mais simples e com as quais criámos menos expectativas (não que tenhamos criado expectativas com fosse o que fosse). Por um lado, o Bitoque “Açoreano”, que é um bitoque à Portuguesa mas com carne da Ilha, ainda que servida um bocado fora do ponto. Ovo bem estrelado e bom molho. E o outro destaque foram mesmo as batatas fritas que pedimos à parte, com queijo derretido e cebola desidratada em cima. Uma coisa simples, gorda, e que é difícil de estragar.
Bastante decepcionados, decidimos ainda assim dar uma oportunidade às sobremesas. Porque depois de uma refeição abaixo da média, esperamos sempre terminar com algo doce, e até porque era o início da nossa viagem à Ilha do Pico, por isso queríamos que começasse bem. Mas pois que não, não fomos bem sucedidos. O Quindim habitualmente não falha, mas aqui é servido cheio de chantily, saiba-se lá porquê… Enfim, ninguém merece 🙁
Talvez o Cais da Angra fosse um restaurante de referência em 2017 (data do artigo do Guia Boa Cama Boa Mesa), mas em 2021 não passa de uma espécie de “tourist trap”. Não necessariamente no que diz respeito ao preço – porque até é bastante barato – mas em tudo o resto: a lentidão e ineficácia do serviço, a qualidade dos produtos utilizados e, claro, na sua confecção. Há muitos outros bons restaurantes na Ilha Terceira, daqueles que vão realmente deixar-vos saudades.
Preço Médio: 15€ pessoa (com vinho)
Informações & Contactos:
Marina de Angra, Angra do Heroísmo, 9700-066 Angra do Heroísmo | 295 628 458