A RAMPA

Vale muito a pena a subida!

Este título depende da perspectiva. Mas não em relação ao valer a pena, porque isso A Rampa vale muito a pena a visita! Depende é da perspectiva de onde lá vamos ter. E nós, que fomos desde a Avenida da Liberdade, tivemos de subir uma acentuada… rampa. Mas esses 5 minutos sempre a subir tiveram como recompensa um excelente jantar, por isso quase nos esquecemos disso.

A Rampa não foi uma das principais sugestões que os nossos seguidores do Instagram nos deram, quando pedimos dicas de tascas/restaurantes tradicionais na zona da Avenida da Liberdade. Mas foi uma sugestão de várias pessoas que já nos deram outras boas dicas, por isso achámos que seria de experimentar. Até porque basta uma pesquisa rápida no Google para perceber que o registo é exatamente aquele do qual estávamos à procura.

A Rampa é um restaurante tradicional, daqueles que pensávamos já não existirem nesta zona da cidade. Clientes nacionais e locais, e percebemos isso porque quem vai entrando vai cumprimentando tanto quem está na sala como quem está dentro da cozinha. E isso mostra que o que ali se faz é bem feito, porque senão as pessoas não voltavam. Especialmente clientes locais.

O espaço é interior, não há cá janelas para a rua, e o balcão na entrada e as toalhas de papel brancas nas mesas são sinais claros de que vamos ter uma experiência tradicional. Somos bem recebidos, mesmo sendo “novos” na casa, com aquela simpatia que vai crescendo ao longo do jantar, porque estamos para aí virados.

a rampa

Cozinha tradicional, alguns pratos do dia, nada de tachos, porque não é o que as pessoas procuram. E aquilo que nos chama a atenção logo no exterior são os pratos abaixo dos 10€, algo que é cada vez menos habitual em Lisboa, especialmente tão próximo da sua artéria principal.

Provamos peixe e carne, em doses bem servidas para os preços praticados. O Atum à Lagareiro é o prato mais caro – custa 8€ – mas vale todos os cêntimos, porque é muito bom! O bife de atum é fino mas não está demasiado cozinhado, muito alho e azeite, como deve ser num lagareiro. Boas batatas a murro, brócolos competentes mas que não fazem ali falta nenhuma, bastava o atum e as batatas. Excelente prato!

a rampa

Muito boas também as Iscas à Portuguesa, bem cozinhadas, sem passarem o ponto. Sim, pedimos com batata frita, ainda sejamos da equipa batata cozida. Mas tenho para mim a teoria de que percebemos a qualidade de um restaurante deste género ao experimentar coisas aparentemente simples como a batata frita e o arroz branco – porque não imaginam a quantidade de banhadas que já apanhámos com estes acompanhamentos. Aqui n’A Rampa temos batata frita caseira, como se quer, e isso deixa-nos extremamente felizes!

As pessoas vão chegando e sentando-se nas outras mesas, e acontece aquilo que as novas tabernas modernas promovem como instrumento de marketing, mas que neste tipo de sítios ainda acontece com naturalidade: vamos todos conversando uns com os outros. Empregados e clientes, todos a trocar bitaites de forma descontraída, entre mais uma imperial ou um jarro de vinho. O ambiente faz os restaurantes, e também é o ambiente que faz com que A Rampa seja um sítio tão especial.

a rampa

Terminamos com uma Tarte de Coco, que não é um quindim, e ainda bem porque é muito melhor! E depois, o café, acompanhado de uma bagaceira que só falha por não ser caseira. Mas não se pode ter tudo, não é?

a rampa

A Rampa pode não ter sido o restaurante mais sugerido para visitarmos na zona, mas foi a melhor surpresa, sem dúvida nenhuma! É daqueles restaurantes à antiga, que parecem parados no tempo, e ainda bem! Porque é essa mística que faz com que os clientes regressem e, mais do que isso, que se tornem amigos da casa.

Simpatia, boa comida e preços quase absurdos quando comparados com o que existe ali no raio de 1km… é uma maravilha! E é fantástico perceber que mesmo numa cidade cada vez mais virada para turistas e para modas gastronómicas, ainda há restaurantes que fazem o que sempre fizeram, sem se deixarem levar.

Preço Médio: 10€ pessoa (com vinho da casa)
Informações & Contactos:

Rua Nogueira e Sousa, 12 | 1150-211 Lisboa | 21 354 5808

1 comentário em “A RAMPA”

  1. Possas, devo ter tido muito azar. Nada simpáticos, polvo a lagareiro chega frio a mesa, informo isso e foi aquecido em microondas, batatas fritas super gordurosas, ainda vinham a pingar….

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