O VICTOR (Montijo)

Demasiado caro para a qualidade.

O título diz praticamente tudo, não é? Saímos do restaurante O Victor, no Montijo, a sentir que pagámos demasiado para o que comemos, principalmente a nível da qualidade. Sim, sabemos que o peixe é caro, mas não é preciso os preços serem tão inflacionados como são aqui. E nem sequer é só o peixe, tudo o resto tem preços também demasiado elevados. Sendo que depois juntamos aqui um serviço que ou informa pouco ou traz para a mesa coisas a mais… e temos então um cocktail explosivo. Não nos apetece “despinhar por mais”, como está escrito nos individuais de mesa do restaurante. É que não nos apetece de todo.

Ora, como é que vamos parar ao O Victor? Por sugestão de vários seguidores, quando pedimos dicas para restaurantes onde comer bom peixe grelhado na margem sul. Foi vago, é verdade, e por isso recebemos dicas de Almada até Setúbal, Sesimbra, Meco… e alguns sítios no Algarve. O Victor foi um dos mais sugeridos, e o primeiro que nos conseguiu arranjar mesa num feriado. Por isso, lá vamos nós até ao Montijo, com algumas expectativas.

E mesmo que a zona de esplanada fechada, vista do exterior, pareça menos típica do que esperávamos, o impacto melhora quando entramos e ficamos logo na fila para escolher o peixe que vamos comer. Boa montra, com alguma variedade e tudo com muito bom aspecto. Esta ideia de acompanhar o cliente na escolha do peixe logo quando chega, só por olhar para ele, tem a sua graça, especialmente porque promove a interação inicial… mas também tem um lado negativo: só temos acesso aos preços se perguntarmos, porque o quadro onde estão expostos está no exterior. E o facto de termos várias pessoas na fila atrás de nós faz com que a pressão para a decisão rápida seja grande, o que pode depois provocar surpresas no final da refeição, com a conta.

Atenção, esta forma de escolha do peixe não é exclusiva do Victor, já a conhecemos de outros restaurantes. Inclusivamente do Restaurante do Centro Náutico de Paço de Arcos, um nosso habitual, mas onde o preço por kg do peixe é bastante mais justo do que acontece aqui no O Victor. E nem sequer estamos a mencionar isto por o restaurante ser no Montijo (versus um restaurante na Grande Lisboa)! Mas 48€ o kg de Robalo, ou o mesmo valor por Lulas? E 110€ o kg de Lagostins?! É pá, é um bocado puxado… e isso reflete-se na conta final.

Mas não é só o preço do peixe que está inflacionada aqui no O Victor. Uma salada mista custa 5€? Alface e tomate, com tempero… é puxadote. Um queijo seco a 4,80€, sobremesas a 5€… no fundo, é tudo a somar para uma conta exagerada, especialmente se tivermos em conta que nada do que comemos foi surpreendente.

E depois há ainda aqueles “pequenos lapsos” do serviço… que nunca funcionam a nosso favor. Pedimos uma Água das Pedras para 2 pessoas, e chega à mesa uma garrafa pequena e já aberta. Ora, se é para 2 pessoas, perguntamos se não há um tamanho maior, que até nos dizem que há e que se esqueceram de perguntar. Por isso, como a pequena já está aberta, pagas as duas. Pequenas coisas, não é?

Mas tudo isto seria mais ou menos esquecido se a comida fosse efetivamente muito boa… só que não. É perfeitamente normal, o que ainda irrita mais. Os Lagostins não são fantásticos, arrisco até a dizer que estão um pouco rijos demais. O Robalo tem uma dimensão considerável, mas passou um pouco o ponto na grelha, por isso algumas partes já se desfazem um bocado. E a Lulas…

Quando as pedimos, fazem-nos uma pergunta de forma retórica: “querem cortadas e temperadas?” ao que nós respondemos que sim. Bom, posso assumir que nós não sabíamos, mas também ninguém nos explicou. Pedimos lulas grelhadas, vamos assumir que são temperadas ante de ir para a grelha e que depois são cortadas em rodelas… só que não era isso que queriam dizer. Aquilo que nos chega à mesa são lulas cortadas em pedaços pequeninos, cheias de alho, salsa, azeite e vinagre. No fundo, uma espécie de salada de polvo mas com lulas… Falha de comunicação, é verdade, mas será que não era de nos ser explicado, quando pedimos apenas Lulas Grelhadas?

Só pedimos sobremesa porque estávamos desgostosos com o resto da comida, e sabendo que podia ser um risco. Porque ao olhar para a montra das sobremesas, tudo parece artificial, daí que o Quindim de Coco tenha sido a escolha que nos parecia mais segura. Não sendo o melhor que já comemos, e mesmo tendo em conta que precisava de mais coco (dá para ver pela foto), acaba por ser o ponto alto do almoço. O que é triste, uma vez que fomos à procura de bom peixe grelhado.

Quando chega a conta, os nossos receios confirmam-se: 65€ por pessoa. É verdade que comemos 2 lagostins, mas estamos a falar de um bicho cujo preço/kg noutros restaurantes anda à volta dos 70€/80€, e aqui é 110€. E depois acrescentamos tudo o resto, inflacionado. E só sentimos isso porque – voltamos a insistir – não ficámos nada impressionados com a qualidade. Enfim…

É sempre chato quando vamos a restaurantes que nos foram sugeridos e não gostamos. É certo que tínhamos expectativas altas para O Victor, tendo em conta que foi o mais sugerido, mas não temos como lidar com isso. A verdade é que sentimos que pagámos um exagero por coisas que comemos melhor confeccionadas noutros restaurantes por preços mais baixos. Simples, não é?

Preço Médio: 35€ pessoa (e isto é muito por baixo…)
Informações & Contactos:
Rua António Semedo, 5 | 2870-186 Montijo | 21 232 1388