C.O.W BEEF & COCKTAILS

Vaca. De toda a maneira e feitio. E cowcktails.

Quando, há uns 4 anos atrás, surgiu a moda das hamburguerias, nasceram restaurantes que se aproveitaram de um modelo mais ou menos standard e foram grandes sensações no momento. Com o passar do tempo, porém, todos fomos percebendo quais eram as boas hamburguerias e as que só aproveitaram a moda, por isso grande parte desses espaços foi fechando. Os que se aguentaram tiveram de evoluir para outra tendência crescente: aos cortes de carne premium (maturados ou não). Não significa que não existam hambúrgueres, mas há também outros cortes de carne muito mais interessantes, o que significa que se agrada a um público ainda mais abrangente. E também mais exigente.

Ora, o C.O.W – BEEF & COCKTAILS, que abriu há mais de dois anos mesmo em frente ao Jardim de Santos e tem-se aguentado muito bem na zona em que está inserido e, principalmente, neste seu modelo de negócio: um especialista em carnes e também cocktails originais. E também há trocadilhos com a palavra “cow”. Mesmo com a concorrência feroz de outros espaços na mesma zona, o COW vai-se aguentando. O que é sempre muito positivo.

O espaço é cuidado e tem uma iluminação baixa, para criar um ambiente intimista que contrasta um bocado com a rua onde está situado. Numa parede uma instalação giríssima de uma cabeça de vaca e noutra uma ilustração do bicho com indicação dos cortes da carne. Uma espécie de tutorial, para os menos conhecedores.

Gente jovem a servir, num estilo de serviço despretencioso, nem sempre completamente atento nem conhecedor, mas tendo em conta a zona em que estamos, enquadra-se na perfeição.

Na ementa encontramos coisas que já vimos noutros restaurantes semelhantes em Lisboa, e como a apresentação é feita em tábuas, a diferenciação tem de estar na qualidade. A escolha oscila entre hambúrgueres (“cowburgers” aqui, toma lá o trocadilho) e vários cortes de carne, com preços ajustados ao corte. Uns maturados, outros não.

O couvert (com preços separados por item, o que permite escolher o que queremos comer… e pagar) surpreende pelo pão de beterraba, tanto visualmente como pelo sabor. Podia também ser “cowvert”… De seguida, os Croquetes, que sendo bons, chegam à mesa um pouco oleosos, acompanhados de um molho com mostarda dijon e mel que sabe demasiado a mel e menos à mostarda.

Com os croquetes chega também à mesa o Tártaro com Ovo de Codorniz, onde os pedaços de carne deviam ser cortados mais finos para não serem tão difíceis de mastigar (e o pão que acompanha o prato devia ser torrado, porque assim ao natural não serve para grande coisa).

Numa primeira visita pedimos um Hamburguer Mex, com guacamole, jalapeños (estes não encontrámos), cebola roxa, alface e queijo emmental, tudo em pão de brioche. À partida, a combinação é perfeita, e embora gostasse que fosse mais picante, está aqui um hambúrguer vencedor. A carne está no ponto certo e é muito saborosa, o guacamole cria um contraste fresco e o queijo completa. Até o pão brioche funciona muito bem e aguenta bastante bem o conjunto, que tem a propoção de carne ideal.

Noutra tábua é-nos servida a Picanha Nobre, um belo naco, também no ponto ideal, com um molho chimichurri e flor de sal para temperar a gosto. Bem boa, e sem trocadilhos! Mas não só de picanha se fazem os cortes premium do COW, temos mais coisas boas! O Lombo Black Amgus é um corte muito bom, menos bem servido que a picanha mas com um sabor ainda melhor.

Finalmente, outro corte mais premium, o Entrecote. Aqui bem servido a nível de quantidade, e ainda que o ponto tenha vindo exactamente como pedido foi, curiosamente, a carne menos interessante de todas aquelas que provámos em várias visitas. Pode ser só uma questão de expectativas…

Para acompanhar todas estas carnes, um esparregado normal e umas batatas doces fritas que, assim como os croquetes, pecam por estarem demasiado oleosas. Já assim tinha acontecido logo desde a nossa primeira visita, o que não é nada positivo…

Para sobremesas, algumas escolhas mas nada de surpreendente. Uma Mousse de Manga com topping de maracujá, ideia boa mas que falha na própria mousse, com demasiado leite condensado. E um bom Cheesecake com topping de maracujá, tudo coisas ácidas para terminar a refeição.

No final do jantar, o veredicto foi sempre bastante positivo. Não sendo um conceito inovador, é versátil o suficiente para agradar a vários targets. O espaço já podia ser mais personalizado e o serviço já devia ser mais competente e informado, mas o principal está lá. Com o sem “trocowdilhos”, o C.O.W é o principal restaurante a fazer concorrência aos “reis” da zona, o Marco (vejam aqui) e o PoPoLo (e aqui).

E numa fase da restauração lisboeta em que as pessoas procuram cada vez mais experiências gourmet a preços acessíveis, esta é uma excelente opção quando falamos do universo das carnes!

Preço Médio: 14€ pessoa (hambúrguer) ou 19€ pessoa (com corte de carne)
Informações & Contactos:
Largo de Santos, nº9 A | 1200-808 Lisboa | 21 397 0379

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