Caracóis, grelhados e muita cerveja!
Disclaimer inicial: não gosto de caracóis. Pronto, está dito. Processem-me. Não gosto, nunca gostei, dou todo o valor a quem gosta, porque parece ser um petisco divertido para acompanhar cervejas num final de tarde. Eu cá fico-me pelas cervejas.
Dito isto, tenho de admitir que gosto muito do Júlio dos Caracóis. Aliás, do Filho do Menino Júlio dos Caracóis, que é o nome do restaurante. E gosto porque é um bom restaurante de comida portuguesa, com bons grelhados, com preços justos, com aquele tipo de serviço gingão e brincalhão. No fundo, quase tudo aquilo que se quer num restaurante.
A sala pode até nem ser a mais convidativa do Mundo, especialmente por causa da iluminação, que é demasiado intensa e branca, mas tudo o resto aproxima-nos do registo daquele restaurante tradicional de que tanto gostamos. Estamos a falar de mesas para grupos e empregados a “dançar” entre elas rapidamente com cervejas e mais cervejas, e paredes cheias de decoração alusiva ao Sporting ou então fotos de amigos da casa.
Entradas já na mesa (clássico), entre queijos e um presunto já muito seco, mas tudo serve para nos entreter enquanto esperamos pelos pratos principais. A ementa aposta muito nos grelhados, porque é um espaço para rodar mesas rápido. E aqui há de tudo um pouco: desde a Maminha, servida em tábua de madeira com todo o tipo de frutas (laranja, limão, ananás e pêssego…), até aos Secretos de Porco, servidos no prato, com batata frita e arroz branco daquele enformado antes de ir para a mesa.
As Tiras de Choco Frito que são surpreendentemente boas, e depois há coisas estranhas como o Bife de Frango à Guilho, que é exactamente o que pensamos que pode ser: bifes de frango fritos com gambas à guilho. Isso mesmo.
As doses são bem servidas para o seu preço, mesmo em pratos mais caros como a Posta Mirandesa ou o Bife à Casa. Aliás, uma palavra para a qualidade da carne e a qualidade da grelha, muito acima da média, tudo bem temperado e muito saboroso.
Sobremesas clássicas, como não podia deixar de ser, com destaque para um excelente Quindim de Coco e um Molotof também bastante bom. Como tudo no Júlio dos Caracóis, a lógica é a da simplicidade com sabor, e já agora doses bem servidas. Parece-me muito bem.
No fundo, isto é tudo aquilo que queremos de um restaurante: ser bem atendidos, comer e beber bem e, no final, pagar um preço justo. O Júlio dos Caracóis até pode ter nos ditos bichos a sua especialidade, mas sobre isso não posso opinar. O que posso dizer é que se trata de um restaurante onde vou regularmente, por tudo o resto.
Preço Médio: 18€ pessoa (com vinho da casa)
Informações & Contactos:
Rua do Vale Formoso de Cima, 140 B | 1950-273 Lisboa | 21 859 61 60