Tanta porrada que leva aquela carne…
O título desta review foi a ideia que me ficou na cabeça enquanto saía d’O Tachadas, depois de mais um jantar do grupo #adorotascas. Aliás, no final, mas também durante todo o jantar. Porque mesmo com um restaurante cheio de gente a falar alto e televisões a dar a bola, o som que se sobrepõe a todos os outros é mesmo o constante martelar nas peças de carne, antes de ir para a grelha. São marteladas atrás de marteladas, quase que como para matar o bicho. Ou para nos fazer ficar surdos!
O Tachadas é um restaurante tradicional/tasca muito conhecido na zona de Santos, especialmente pela sua carne grelhada. Aliás, é conhecido mesmo pela costeleta de novilho, grelhada nas brasas que nos recebem quando entramos no restaurante.
Tem todas as características que esperamos de uma tasca: espaço que mais parece uma cozinha, mesas com toalhas de papel, malta do bairro a jantar, barulho, empregados a correr de um lado para o outro, gente que se conhece. É dia de competições europeias, por isso há muita gente a ver a bola na televisão, e isso cria ainda mais barulho. Mas faz parte, não é?
Comida portuguesa, e muito mais grelhados do que pratos de tacho. Assim que nos sentamos aparecem pratos com queijo e presunto, além de azeitonas, pão e manteiga. Coisas que entretêm enquanto esperamos pelos pratos principais. Que não nos seduzem assim tanto…
Os Joaquinzinhos são muito bons, mas o Arroz de Feijão que os acompanha está completamente seco, sem nenhum caldo nem nenhum sabor. Uma tristeza. Felizmente temos na mesa um excelente Bacalhau à Brás, o melhor prato da noite, mas assim de muito de longe. Húmido, com boa proporção de bacalhau, bem temperado, muito bom! Muito bom mesmo!
À mesa chegou ainda meio Frango de Churrasco, que é igual a todos os outros frangos de churrasco que já comemos. E o ex-libris do restaurante, a tal Costeleta de Novilho. Grande, muito bem servida, carne no ponto e puxadinha ao sal, como se quer num naco de carne destes. Não sei se era neste tipo de peças que estiveram a bater toda a noite, mas se foi, ela ficou bem mansinha. E saborosa!
O pior prato da noite foram mesmo os Chocos Grelhados, servidos sem tinta. Mas também sem tempero nenhum, e mesmo os próprios chocos bastante mauzinhos, ao ponto de ficar um choco inteiro (sendo que o outro foi dividido por 5 pessoas, só para provar).
Sobremesas, uma para cada, para dividir… mas também fraquinhas. Tarte de Amêndoa e Bolo de Chocolate assim meio industriais, e depois duas alternativas de Doce da Casa, sendo que um não era realmente doce da casa mas era exactamente igual, com apenas uns apontamentos mínimos de chocolate. Ambos normais. E das 4, nenhuma chega mesmo até ao fim.
Isto quer dizer que, quando estamos no café e digestivo (caseiro e bom), estamos todos alinhados em relação ao que achamos d’O Tachadas: destaques claros para a Costeleta de Novilho e para o Bacalhau À Brás. Tudo o resto é normal, mas a atirar para o fraquinho.
Se não fossem estes dois pratos e o barulho constante do martelar a carne, poucas lembranças teríamos desta tasca, o que geralmente não nos acontece nos jantares do #adorotascas: ou gostamos muito das tascas ou são muito más. De qualquer das formas, ficam na memória. O Tachadas era daquelas para as quais tínhamos algumas expectativas… mas depois caiu no marasmo das que são “normais”. E por isso facilmente se esquecem.
Preço Médio: 18€ pessoa (com vinho da casa)
Informações & Contactos:
Rua da Esperança 178 | 1200-808 Lisboa | 21 397 6689